29 setembro 2007

NOVOS POEMAS

SOLOS DE CLARINETA
Sobre a cama um instrumento;
A velha clarineta desalmada desarmada
Que sempre me acompanha
Esta quieta agora
Só sem barulhar com os seus dós
Grave, médio agudo
Deitada é como moça virgem
Intocável.
Esperando para entoar
Gritos suaves, sussurros
Gemidos leves em baixo dos lençóis
Sob fogo abrasador de um som
Estridente.

RABISCOS

Noite chuvosa,
E o frio assassina-me
Ainda mais
Solidão;
Olho-me no espelho
Vejo ai imagem imunda
Escutando o burilar
Gota a gota d’agua
Da chuva que cai
Jorrando, alagando
Ruas abaixo descendo
De cima
Esgota-se gotas de sentimentos,
Sentimentos sem razão
Olho para o quadrilátero
Do quarto vazio
Pego um jornal
Que não me tráz
Novas noticias
Vejo ao escurecer
Um livro de poemas
Sobre a mesa…
…e lá fora a chuva continua.


SONETO DE PAIXÃO

Ouço um choro entoado pela voz inédita da vida
Que acabou de nascer lá fora
Neste momento sinto o corpo leve e sereno
Talves seja armadilha do meu próprio sentiomento

Que tão sublime é quanto perdão do teu amor
Mesmo assim continuo com o puro afeto
Guardado comigo
Sinto que a cada dia aesta ficando próximo…
Perdoe-me
Meu amor
Perdoe-me!


AMOR

É a grande armadilha do coração
É o futuro programado entre quatro paredes
O nascimento de um novo ser
Que desfarça a ausência do ser amado
É a imaginação o devaneio o sonho
É a musica
É a voz sussurrante que declama num poema
O dom de amar
É a carência a descrença de corpos sem atração
É dormir feliz e axordar redivivo
Saber que esta no mundo é a maior
Dádiva divina
É Deus e a terra que nos sustem
É Jesus Cristo que doou seu espírito pra nos
Salvar
É o significado do sentimento à procura do ser amigo
Amor é tudo
É a essência da vida